O que temos feito com a nossa existência ?

Estamos falidos quando falamos em conceitos em geral, sejam eles políticos, econômicos, familiares, de relacionamentos, etc.
E o que temos feito da nossa existência ? Só uma passagem inútil, à qual buscamos somente satisfazer às nossas vontades e anseios e que não contribuem de forma alguma para a vida de ninguém.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Conflito

Todos os dias estamos respirando ares corridos que nos trazem a impressão de que devemos acreditar que tempo perdido não vale a pena.
É como querer ser um helicóptero, ou suas hélices, mas ser um bumerangue que sempre volta para onde estava sem conseguir ir adiante. Fugindo de si ou das consequências que a consciência de ser quem é podem trazer.
É como ter medo de encarar todo o mundo e isto explodir de repente, e num rompante você poder ser outra pessoa em outro lugar, buscando ser aceita por outras pessoas.
A questão é que ninguém nunca vai te aceitar se você não é você, vão aceitar outra coisa.E o tempo, as horas, vão passar em vão.. por mais que você esteja ocupado em cada uma delas. Todo o caminho de nada terá valido por ficou enclausurado em uma casca, pensando nas horas que fizeram seu dia um bom dia, das coisas que te arremetem à sua pequena cidade (dentro de ti). De repente você vê dez anos atrás de si e percebe que perdeu o pontapé inicial da sua própria vida. E você corre e corre, atrás de algo pra cantar no chuveiro; algo para preencher seu corpo tão vazio.
A respiração não é só respiração.
Em casa, em casa de novo.
Você até gosta de estar lá, mas não consegue.
Seus ossos parecem estar em chamas e sua carne despedaçada. A agonia lhe toma conta e nem mesmo o grito sufocado te trará alivio. Olha para baixo e vê o quão fundo o chão está, com todas as verdades mutiladas e toda a sua existência.
Tudo o que já foi.
Tudo o que é.
Viram pedaços no espaço.
Pedaços de algo não remontável, de alguém que nunca será o que já foi ou é, novamente.
Dando voltas, inventando maneiras de não encarar o que realmente fez até hoje.Tudo o que fez de errado e o que te motivou. O que te fez acreditar que algo que era certo, além do medo de enfrentar a incerteza da veracidade do que acredita hoje.
Se algo pode ser tido como, no fim, certo ou errado, ou se alguma coisa é realmente a certeza.
Tomado então de transcedentalidade e de confusão mental, num conflito nervoso interno você ensaia você mesmo pro espelho e percebe que nada que deva ser bom verdadeiramente merece algum ensaio ou premeditações. Simplesmente é e acontece naturalmente.
A calma te invade. Com um sufocante êxtase de encontrar você e se aceitar. Eça vem com paz e beleza.
Ela é linda mesmo, assim como você e o seu deus que te preenche. Que faz de você uma vida.
Você sem ele, sem ela e sem ninguém.
Você é, para todas as direções que olhar, todas as pessoas que existem agora. E quantas delas vão enfrentar a escuridão de se encarar? Quantas serão lua e sol? Quantas se verão em você também ? Quantas correrão de tudo e serão então arremetidas à verdadeira razão de viver?
Algumas deixaram de existir antes, outras já existiam nesse mesmo antes e assim vai.
Um som também as levará a isto tudo e elas vão entender que fazem parte de um todo, que tudo existe e que somos pequenos diante disto, que estamos aqui para fazer o todo caminhar e existir e que vivemos igual a tudo o que vive, seja o que for.
E é por isto que amor é necessário.
O choro à gargante vem, jogaod numa grama macia. Entende que de nada vale se entristecer pela morte, que tudo nada é.
Que o caminho é importante mas no fim você vê que ele nunca existiu. Você acredita na vida e na sua não existência. E tudo o que sente.
Tudo o que odeia. Tudo o que ama.
Tudo o que te faz feliz. Tudo o que te faz infeliz.
Tudo o que é verdade. Tudo o que é mentira.
Tudo.

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