Relationchips

Bom, é muito complicado falar sobre relacionamentos de uma forma que me deixe tão livre para dizer o que eu quiser.
Pode ser que eu fira muitos valores, ou que  vá contra muitas crenças (não religiosas, mas aquelas crenças que só temos para nós e para mais ninguém).
Mas acontece que o que vivemos em relacionamentos hoje (em geral), é muito pequeno. Nunca paramos para pensar o porque não têm de ser diferente.
Por que é que TEM de ser assim.

Digo e repito para quem quiser ouvir que os relacionamentos estão todos errados.
Primeiro, porque eles estão limitados a funções e papéis delimitados por conceitos específicos.
Por exemplo.
O Pai.
O pai, em geral, precisa ser o membro da família que tem ciúmes das filhas, ensina os filhos a fazerem xixi, cuida das contas e da família (e não vou nem dizer a parte biológica, que é o que mais me frustra).
No caso de pais separados, o pai é o que sai de casa, geralmente não leva os filhos, mas que aos fins de semana e feriados os busca para passear. Ah , sem esquecer da pensão alimentícia.
Porém, quando as características de algum pai fogem do que é pedido pela sociedade, então os filhos se revoltam, a mãe vive a difamá-lo e aparecem muitos problemas para ambos os lados.
Mas então, eu pergunto a vocês:
QUEM FOI QUE DISSE QUE O PAI TEM DE SER DAQUELE JEITO ?
Por que é que o pai não pode ser igual ao meu (um dia postarei um resumo da vida dele, que é muito interessante), que morou em outros estados várias vezes, mas que sempre voltou, nunca me auxiliou financeiramente, e também mal mantinha contato, mas nunca deixou de me amar.
Demorou muito para eu aceitar que a natureza de meu pai é esta, e por isto eu não poderia esperar que ele fosse ser este padrão de filmes americanos que saem com a filha para o cinema.
Ele me levaria, se eu pedisse. Mas eu nunca pedi.
Cheguei a fingir que não tinha pai. A ser rude com ele em momentos ruins, porque não o aceitava.
E mesmo assim ele me aceitou.
Não estou aqui para ficar desabafando, quero que percebam, através deste exemplo, que meu pai não deixa de ser um bom pai só porque não está comigo todos os fins de semana e porque não fica me ligando o tempo todo. Porque toda vez que eu preciso de um BOM conselho, ele é muito melhor e MUITO mais livre para me responder, sobre QUALQUER coisa, não importe qual.
E então, além do pai , temos muitos outros exemplos de perfis estipulados para desempenharem determinados papéis, que supostamente seriam para fazer a vida das pessoas completas e felizes.
Mas acontece, que cada pessoa é de um jeito e acha que deve agir de uma forma. Mas estes conceitos influenciam as pessoas a pensarem que estes seres diferentes estão errados, ou que são ruins e até chegam a mal interpretá-las.
Dentro de relacionamentos sociais também, como os amigos, como os namorados, maridos, sogras e afins.

Acontece, que limitamos à tristezas e brigas os nossos relacionamentos quando :

• Somos bons, somos fraternos ESPERANDO que eles também sejam - Cada pessoa tem um ponto de vista, cada um age, e demonstra o que sente e tenta fazer o outro bem, da sua maneira. 
• Esperamos que ajam de qualquer forma que seja, por exemplo, que tragam flores, que lembrem de ligar no aniversário, que façam festas surpresas, etc. - Para começar ninguém é telepatista, depois, de alguma forma, todas estas situações são situações inventadas pelos meios de comunicação e industria, para consumo, portanto, não são importantes.
• Medir erros, defeitos, problemas e etc. - Cada ser é de um jeito, não cabe a nós dizermos a eles o que são. Criticas construtivas são importantes, para que haja um crescimento do ser, tanto o seu, quanto do seu companheiro (em todos graus, familia, amigos, cônjuges, namorados, ficantes, e bla bla bla)
• Não acreditar que ele possa ser melhor a cada dia ( e este é o pior ) - sofremos mudanças dirariamente. Não importa quais. E de todas estas mudanças, é impossivel acreditar que pelo menos uma não tenha sido para o bem.

E por fim, não entendermos que se alguém escolheu ser sincero, ser pleno em amor, cuidar, viver, compartilhar ,  AMAR, VOCÊ ! (não importa mais uma vez em que tipo de relacionamento) é porque decidiu ou porque já nasceu sabendo disto e então não fará coisas por mal. Não será ruim. E portanto não há motivos para discutirmos sobre certas decisões, sobre pedidos, sobre escolhas e tudo o mais (desde que estas decisões, pedidos, escolhas não tragam a submissão).
E também, se erram, aonde está o dever de não errar ?
Ninguém é perfeito. A sociedade só chegou ao ponto em que está por conta desta caracteristica.
Então que passemos a aceitar os membros que fazem parte do nosso ciclo social, e que junto , cresçamos com eles.