Este é o texto que redigi como resposta à minha primeira prova de Antropologia, do Curso de Ciências Sociais, da Universidade Federal de São Paulo.
A pergunta falava sobre o 'estranhamento' das pessoas diante das diferenças, e a alteridade.
A alteridade consiste em tudo o que se relaciona com o outro, e para que isto aconteça é necessário que exista um EU. É pensando neste conceito que podemos compreender que a questão do estranhamento se deve à aproximação dos povos. Esta aproximação é resultado da curiosidade e interesse naturais do ser humano em relação ao que não conhece. Em geral esta curiosidade e interesse se sobrepõem a medos e receios (como em um texto de Davi Yanomani, ele relata a aproximação dos índios com os brancos devido ao seu interesse em suas ferramentas feitas com metal) e sem esta curiosidade e receio jamais teria-se formulado a idéia de alteridade.
Porém, curiosidade alguma irá lhe tirar o que é... porntanto , após um primeiro contato, eis que criamos julgamentos de valor e é aí que o estranhamento se encontra : o seu ponto de vista e experiências em choque com o ponto de vista e experiências de outra pessoa. É quando, também, tomamos consciência de que existimos de uma forma diferente que o outro. E que existimos , portanto, de alguma forma.
Este estranhamento também só se dá porque partimos de um parâmetro (nós) para compararmos estas diferenças, e é quando alguns se pressupõem superiores aos outros. E só é possível que isto não mais ocorra quando partimos do ponto de vista do outro para nos avaliar, e perceber que também nos seríamos estranhos a nós mesmos, caso não nos fôssemos, como fez Miner ao descrever sobre os ritos corporais dos Nacirema, que se tratava de seu próprio povo. (Nacirema = American)
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