O que temos feito com a nossa existência ?

Estamos falidos quando falamos em conceitos em geral, sejam eles políticos, econômicos, familiares, de relacionamentos, etc.
E o que temos feito da nossa existência ? Só uma passagem inútil, à qual buscamos somente satisfazer às nossas vontades e anseios e que não contribuem de forma alguma para a vida de ninguém.

sábado, 1 de outubro de 2011

Tinha um coração

Ele tinha um coração e que bombardeava sangue, que fluia por suas veias e chegava ao seu cérebro, e fazia dele um ser.
O sangue fazia parte de seu corpo e caminhava indo e vindo. Ele respirava também. O ar inflava seus pulmões e fazia também ele ter alívio.
Mas eu acho que por muitos tempos ele não sentia alivio.
Entendi que poderia amá-lo. Isto porque ele existia e tinha olhos brilhantes de ser.
O brilho de vida. Ele tinha olhos caridosos.
Imagino que ele só quisesse um dia ter tido uma mãe, mamado em suas tetas, queria só ter podido ser amado.
Ouviu seus amigos também caminhando, ele nem sabia para onde estavam indo, ouvia gritos e sentia-se como sempre : nada.
Ele estava indo entorpecido, porque nunca havia experimentado viver, e não importava nada.
Toda a tua vida foi estado de pensamento morto, nada iria ser diferente se ele mesmo fosse morto agora.
No garfo enfiaram aquele ser dentro da boca, mastigaram, engoliram e com esforço, digeriram.

2 comentários:

  1. Querida Karise, muito forte, instigante e bem bolada a sentença do garfo, gostei muito desta imagem. Realmente, um ápice digno da narrativa. O culminar e finalizar um processo. Um roshi disse uma vez que o a atenção deve estar no caminho. Gandhi dizia que a paz é o caminho, não o objetivo. Entao, por que incomodar o leitor com a moral piegas da sentença seguinte? Pq enfraquecer o garfo que rasga a boca, retirando do leitor o prazer do caminhar para enfiá-lo no pântano das conclusões impostas?

    Mero complexo de spielberg?

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